
O artista plástico Francisco Galeno morreu, aos 68 anos, nesta segunda-feira (2/6), em Parnaíba. A informação foi confirmada pelo filho do artista, o arquiteto e urbanista João Galeno. Ainda não há informações sobre o velório e o sepultamento.
Galeno foi encontrado sem vida ao lado da cama em seu ateliê, onde também morava, na Rua Conde D'eu em Parnaíba. Segundo a família, ele estava com dengue, mas havia resistido a procurar atendimento médico.
Nascido em Parnaíba, no Piauí, e radicado no Distrito Federal desde os anos 1960, Galeno foi um dos artistas mais representativos da capital. É dele o painel da Igrejinha Nossa Senhora de Fátima, na Asa Sul, que substituiu os afrescos originais de Alfredo Volpi, apagados pela cúria metropolitana.
Relembre a trajetória de Francisco Galeno
Considerado um dos nomes mais relevantes da arte produzida em Brasília, Francisco Galeno construiu uma obra marcada por cores vibrantes, formas geométricas e referências afetivas à cultura popular brasileira. Inspirado pela infância às margens do Rio Parnaíba e pelos ofícios artesanais da família, ele incorporou elementos como anzóis, carretéis e latas ao próprio vocabulário artístico.
Influenciado pela tradição construtivista de nomes como Alfredo Volpi e Rubem Valentim, Galeno desenvolveu uma linguagem visual própria, lúdica e carregada de simbolismo. Mesmo com reconhecimento nacional, fez questão de manter raízes em Brazlândia, onde vivia e mantinha seu ateliê.
Além da pintura, também produziu esculturas, roupas e instalações. Criou, por exemplo, a camisa do time de futebol de Brazlândia. Em seus projetos mais recentes, trabalhava em uma homenagem aos “loucos de BR” — personagens que cruzava em viagens ao Piauí e que via como artistas anônimos, cheios de inventividade e expressão popular.
Por Yasmin Rajab\Metropolis